De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050, 900 milhões de pessoas terão algum grau de perda na audição. Diante deste cenário, é cada vez mais importante conhecer o processo de reabilitação auditiva.
As pessoas podem nascer com déficit auditivo – daí a importância do teste da orelhinha – ou desenvolvê-lo ao longo dos anos. Quanto mais cedo o tratamento começar, menores serão os danos para a qualidade de vida.
Reabilitação auditiva: entenda o que é?
A reabilitação auditiva – como o próprio nome sugere – é um conjunto de técnicas utilizadas para se recuperar a capacidade de ouvir do paciente, que, por algum motivo, foi perdida ao longo dos anos.
Mas não é só isso. Ela também pode ajudar pessoas que ainda não desenvolveram essa capacidade, como as crianças e os recém-nascidos com perda auditiva identificada no teste da orelhinha.
Nesta situação, a reabilitação torna-se ainda mais importante, já que o déficit auditivo pode prejudicar o desenvolvimento da fala e, consequentemente, dificultar a inclusão social na infância.
Quando a reabilitação auditiva é possível?
Como vimos, a reabilitação auditiva consiste em buscar devolver ou desenvolver a habilidade da audição. Sendo assim, ela pode ser útil para quase todos os casos de perda auditiva, independente da idade do paciente.
Porém, o tipo de tratamento dependerá da causa e do grau dessa perda, aspectos que só serão identificados depois da avaliação clínica feita pelo médico e dos exames realizados por um fonoaudiólogo.
Veja os passos para uma Reabilitação Auditiva:
1. Diagnóstico
Ao perceber qualquer tipo de alteração no sistema auditivo, o primeiro passo precisa ser procurar um médico otorrinolaringologista.
Só este profissional será capaz de avaliar se há de fato alguma alteração no canal auditivo e determinar a provável causa. Ele também poderá solicitar exames para serem feitos por um fonoaudiólogo.
Lembrando que, quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de sucesso na reabilitação auditiva.
2. Exames com especialista
Após o encaminhamento do otorrino, o paciente deverá fazer uma série de exames – como o da audiometria – com um fonoaudiólogo. Dessa forma, será possível verificar o grau da perda auditiva e identificar se ela é unilateral ou bilateral (nos dois ouvidos).
Em casos mais graves (perda severa ou profunda) o procedimento cirúrgico com implante coclear pode ser recomendado. Porém, na maioria das situações, a reabilitação é feita com o uso de aparelhos auditivos.
Os aparelhos são colocados dentro do canal ou atrás da orelha e conseguem captar os sons e amplificar apenas as frequências que o usuário precisa ouvir, ajudando no reconhecimento dos sons.
3. Escolha do aparelho auditivo
Depois dos exames, o fonoaudiólogo já conseguirá indicar o aparelho ideal para o caso do paciente, e a escolha será feita junto ao otorrinolaringologista.
Vale ressaltar que não existe idade mínima ou máxima para usá-lo. Se houver indicação médica, é fundamental que o paciente faça uso do dispositivo, principalmente no caso de crianças que estão aprendendo a falar.
4. Adaptação ao aparelho
Por último, depois que o modelo de aparelho auditivo for escolhido, é normal que o paciente leve um tempo para se acostumar. Por isso, ele deve testá-lo por aproximadamente 7 dias e depois retornar ao fonoaudiólogo para dizer como foi a experiência.
Dependendo da dificuldade, o profissional poderá fazer ajustes no aparelho ou trocá-lo por outro. Além disso, o usuário poderá retornar periodicamente para fazer novas avaliações, até que se sinta plenamente confortável. O apoio da família também é essencial nesse processo de adaptação.
A boa notícia é que, hoje, os aparelhos auditivos estão muito mais leves, discretos e tecnológicos do que antigamente. Alguns modelos já possuem até Inteligência Artificial (IA), adaptando-se automaticamente às preferências do usuário e aos sons do ambiente.