De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 20% da população mundial tem algum grau de deficiência auditiva ou sofre com zumbido. No Brasil, são cerca de 28 milhões de pessoas. O zumbido (também chamado de tinnitus) é um barulho persistente, que pode afetar o sono, a concentração e a qualidade de vida. Muitos pacientes procuram atendimento psiquiátrico achando se tratar de alucinações. No entanto, tais chiados são bem comuns, principalmente nos pacientes idosos e naqueles que apresentam algum grau de perda auditiva.
O zumbido pode ser na cabeça, em uma das orelhas ou nas duas. Existem vários “tipos” de barulho, como um apito, chiado, panela de pressão, cachoeira ou até o zunido de uma abelha. Independente do relato, o barulho constante pode ser o sinal de que algo não está bem no nosso organismo. Infelizmente, por ser um sintoma difícil de ser detectado por exames, na maior parte das vezes, o zumbido precisa ser relatado pelo paciente para que possa ser tratado. Muitas pessoas simplesmente deixam de buscar ajuda especializada e apenas se acostumam ao zunzum constante nos ouvidos.
Nos últimos anos, o zumbido vem se tornando mais comum por uma série de fatores que incluem uma maior exposição a ruído (baladas e fones de ouvido) e a ondas eletromagnéticas (celulares e bluetooth). Há ainda os erros alimentares, como jejum prolongado, dietas da moda, abuso de cafeína e doces. Por fim, o aumento do estresse, provocado pela rotina acelerada por motivos de trabalho.
Causas do Zumbido
As causas do zumbido podem estar relacionadas às mais diversas naturezas. Desde doenças cardiovasculares até desvios de coluna. Entre as causas mais comuns do zumbido estão: problemas vasculares, diabetes, alterações cardíacas e hormonais, problemas metabólicos, alterações musculares na região de cabeça e pescoço, além das deformações odontológicas. O problema também pode surgir em casos de problemas na mandíbula, lesões sensoriais, insônia e dietas inadequadas.
O problema também pode ser consequência do acúmulo de cera, de resfriados, uma otite mal curada, depressão, ansiedade ou exposição a sons fortes ou intensos. Outra causa comum vem do próprio envelhecimento, mas vale ressaltar que o zumbido pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças e adolescentes. Tratamentos oncológicos e o uso de certas medicações como antibióticos, também podem estar relacionados ao zumbido.
“Ao menor sinal de zumbido, a pessoa não deve esperar e precisa buscar ajuda do médico otorrinolaringologista, que vai indicar o melhor tratamento e os exames a serem realizados”. Muitas vezes o problema pode ser resolvido ajustando os fatores que causam o zumbido e devolvendo a tranquilidade ao paciente. Alimentar-se bem, praticar exercícios e evitar poluição sonora podem ajudar a controlar o problema. Mas é importante lembrar que o zumbido pode ter relação direta com a perda auditiva e, por isso, precisa ser investigado por um especialista.
O otorrino vai analisar o paciente, por meio de um diagnóstico que engloba vários exames. Entre eles estão a audiometria e a acufenometria, que são realizados e interpretados pelo fonoaudiólogo. A audiometria analisa o grau de audição nos dois ouvidos. Já a acufenometria busca identificar como é o zumbido do paciente em relação a frequência e o volume desse apito no ouvido.
Zumbido tem cura?
Sim. Em muitos casos o zumbido pode ser tratado com medicamentos, mudança de hábitos e terapia sonora. O gerador de som é uma terapia que consiste em fornecer sons adicionais, nos quais os ouvidos devem focar, para assim o zumbido se tornar menos perceptível. É como se quiséssemos distrair o cérebro para prestar atenção em outra coisa e não no zumbido.
Em alguns casos pode ser necessário o uso de aparelhos auditivos. O fonoaudiólogo é o responsável por avaliar, acompanhar, tratar ou adaptar o aparelho auditivo para minimizar ao máximo os ruídos e dar mais conforto ao paciente. Independente dos motivos que levam ao zumbido é fundamental entender suas causas e tratar o problema, o que garante uma saúde equilibrada, mais disposição e melhora do sono.
Muitas vezes, com alguns pequenos ajustes, o paciente tem grandes ganhos no bem-estar e o problema pode ser solucionado.